sábado, 30 de junho de 2012

Sobre querer passar a tesoura na vida.






Sou afeita ao novo. Gosto da ideia de renovação, de desapego. Desconfio que a minha existência é calcada no ato de me desfazer. De mim, das situações, dos outros. Não sou desapegada. Pelo contrário, apego-me tanto aos outros, aos meus, que os coloco em uma dimensão surrealista que só tem significado pra mim. Não pra eles. É aí que o processo de desfazer se inicia. 
Pego a mesma caixa de costura de outrora, a agulha que  serviu para alinhavar pontos certeiros, os botões que fecharam casas no intuito de defender do mal, os laçarotes postos milimetricamente para enfeitar, a tesoura que aparou os defeitos. Eu tenho apego a tesouras. Acredito ser uma das ferramentas mais bonitas e necessárias do mundo. As tesouras lembram corações. Grandes, pequenos, invisíveis. Sempre que eu sinto que é hora de renovar, de desfazer e, obviamente de refazer penso numa tesoura. Dourada, grande, afiada. Sem pensar muito vou cortando delicadamente o que deixou de servir. Deixo tudo no baú. Se não serve para o presente ao menos para formar colchas de retalhos do passado deve servir.

Mel

sábado, 16 de junho de 2012

Fim do hiato.


Depois de uma semana isolada retornar ao Facebook me pareceu entediante. À parte o afeto daqueles que de fato sentiram minha falta - e que eu só costumo ter contato por lá - tenho a sensação de que tanto faz estar ou não nessa rede social. Enjoei. Garrei abuso. Não tô com saco.
Vou me apegar a necessidade de "estar perto" das pessoas queridas para não desativar novamente a conta. Veremos.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

domingo, 10 de junho de 2012

72 horas. 3 dias.

É isso aí. Todo esse imenso tempo sem Facebook.
Beyjos.

Xô falar uma coisinha procês...

Antes de qualquer coisa, não se trata de drama. Não é TPM. Não é muxoxo. São migalhinhas entaladas, aparentemente inofensivas, mas que quando se juntam formam um bolo descomunal. Cospe ou se engasga. Resolvi cuspir.
EU NÃO SOU DE FERRO. Assim, em caps lock, que é pra ver se alguém ouve. Embora pareça, embora eu transpire a imagem de uma pessoa forte, que suporta tudo, que tira de letra a arte de viver, a real não é essa. Ninguém é assim, queridinhos. Eu também não seria.
Sou minha própria algoz. Cobro de mim. Recebo cobranças. Indiretas. Diretas. Leves. Pesadas. Diárias. Eu faço o possível, mas não o que no fundo gostaria. Eu sou o que quero, mas também o que muitos esperam. Repito: não é drama, tampouco desabafo cor de rosa de menina que tem muita coisa pra estudar quando queria estar sendo feliz. Eu canso, sabiam? Eu canso de mim mesma, de vocês, da vida. Canso. E fico assim, em ponto morto. Procurando sentido, lugar. Não é fácil. Não poderia ser. Mas vocês bem que podiam entender que não sou robô e que muitas vezes eu só queria não ter a obrigação de ser alguma coisa.



Em tempo: esse blog está sendo de imensa utilidade esses dias.

sábado, 9 de junho de 2012

Hiato.

Dois dias sem Facebook.
Quanto riso, quanta alegria.


Eu juro que tô sobrevivendo.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Pensei numa variedade de frases para começar esse texto. Não estou com a mente boa, não tenho inspiração invejável hoje. Não tenho uma carta na manga. Até porque, caso eu tivesse um truque guardado não estaria aqui escrevendo palavras soltas para ninguém ver.
Olho fixo para os objetos que decoram meu quarto. São meus? São eu? Tanto faz. Dentre as várias abas abertas no meu navegador tento encontrar uma que me prenda a atenção. Não tem. Leio uma porção de textos, teorias, desabafos, anúncios. Nada fica. Não tem nada pra me prender.
Resolvo dormir. Sono acalma, inspira, provoca transe. Sonho com uma ou duas coisas desconexas, mas que me fazem apertar o travesseiro na intenção de não sair daquele universo. Mesmo estranho, pode ser bom. Não fico. Vou embora sem dar tchau.
Decido comer. O paladar abre as portas da mente. Frutas, açúcar, água. Não dá liga. De estômago vazio eu sentiria a mesma sensação. Checo o celular e as possibilidades que esse aparelho tão necessário pode me dar. Nada. Se estivesse sem sinal eu não perceberia. Não faria diferença. 
Já sem muita vontade, ligo a tv. As cores motivam, as falas, os universos tão discrepantes. Caio na rede do tédio. Não tem nada  que me cumprimente. 
Então, lembro que há algumas semanas abri pela, sei lá, 56º vez um espaço para meus devaneios. Decido escrever um texto qualquer, um expurgo. Alguém tem que receber um pouco do nada que eu tenho hoje. Que seja o provedor eletrônico. Tanto faz. Escrevo pra botar pra fora o que eu não entendo. 
Tá feito.