sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Quando chove na primavera.


O dia amanheceu chuvoso e eu, devagar. É sempre assim quando chove, quando não tem azul no céu, quando não tem calor. Eu deveria ter acordado cedo, mas não consegui. Deveria ter organizado algumas coisas, mas preferi tomar café com minha mãe e fofocar sobre amenidades. Eu deveria ter lido um texto chato, mas uma das minhas revistas sobre moda tomou minha atenção.
Eu deveria ter comparecido a uma reunião, mas ela foi cancelada. Deveria ter ido ao salão, mas todos os horários já estavam marcados. Eu deveria ter ido comprar incenso, mas a preguiça me abraçou. Deveria ter tentado pegar o texto chato novamente e, assim fiz, mas não terminei. Hoje eu deveria ter respondido emails pendentes. Deveria ter organizado meu notebook e suas inúmeras pastas. Eu deveria ter lavado os meu cabelos, mas o frio não deixou. Deveria ter tirado esse esmalte rosa  e ter  pintado as unhas de vermelho pra inspirar coragem.
Hoje eu deveria ter feito várias coisas, mas resolvi aproveitar o dia chuvoso para pensar no tanto de coisas que eu faço e sou, às vezes sem perceber. Nas coisas que eu gostaria de ser e fazer, no que jamais deveria ter sido feito e no que eu farei doa a quem doer. Eu deveria pensar menos. 

domingo, 9 de setembro de 2012

5 linhas, 3 colunas.

Acabei de fazer uma planilha para a minha rotina. Uma planilha, gente. Não que eu seja a mais desorganizada do mundo, mas colocar a minha rotina em linhas e colunas me pareceu estranho e sem sentido, porém necessário. Conhecendo a  minha capacidade de dispersão e a aflição que essa característica me causa , dei de ombros e aceitei o desafio.
De segunda à sexta eu tenho compromissos sérios pela manhã e pela tarde. De noite eu relaxo um pouco, mas tenho hora pra dormir. No sábado e no domingo eu me permitirei fazer qualquer coisa. Inclusive nada. Assim, aos poucos, vou organizando uma mente/vida/pessoa que teima em ser e fazer tudo, mas que precisa ter foco.
Tava aqui pensando...seria legal colocar os sentimentos numa planilha também, né? Cada um no seu quadrado. Nenhum nó cego. Poucas dúvidas.  Não! Chega! Foco, menina. Foco.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sobre Vitor Andrade.


Não lembro ao certo quando  nos falamos pela primeira vez.  Sei bem que não gostei dele. Não havia motivo específico. Meu santo simplesmente não sorriu pra ele. Embora esse começo torto indicasse que no máximo nós seríamos meros conhecidos de uma rede social, eu sabia que o final da história poderia ser outro. Costumo amar quem outrora detestei. É coisa da lua em Escorpião. Ele detesta essa lua.
A nossa aproximação aconteceu aos poucos. O menino do sorriso bonito aos poucos foi derrubando uma ou duas pedras da muralha que eu criei. Meu santo começou a dar um sorriso amarelo, sem dentes, mas sincero. Eu ri também.  Num dia qualquer de Fevereiro eu estava prestes a ir ver um filme quando ele me chamou num desses  chats da vida. Relutei, mas cedi.  Foram algumas horas de conversa, de compartilhamento de afinidades, de risada alta. Meu santo sorriu com todos os dentes. Eu também. Nos vimos pessoalmente pela primeira vez no show de uma das nossas bandas preferidas. Alí, num abraço de segundos eu tive a certeza de o queria na minha vida.
De lá pra cá, são apenas meses que me parecem anos. Dias de sol, dias de chuva, dias de riso, dias de choro, dias de querer um abraço. Desconfio que o conheça bem, mas ele insiste em me surpreender. Suponho que ele me conheça melhor, mas disfarça para que eu não perceba e me esconda. Ele me descobriu. Despertou em mim sentimentos lindos, leves, doces. Ele sabe me emocionar. Talvez não saiba o quanto já me fez rir e, em algumas vezes chorar.  Eu já quis brigar por ele. Quando não está bem fico querendo pegar a tristeza dele com as mãos e dar fim.  Não aceito que ele sofra.
Quando ele está feliz fico desejando que se prolongue, que seja eterno. Eu teimo em achar que ele só merece as coisas mais lindas. Quando penso nele só enxergo o amor. É por isso que, se tem uma coisa que eu acho que ele merece é ser amado. Com toda força, intensidade, com todo calor. Ai de quem ousar fazer o contrário.
Com ele eu faço planos, divido paixões, músicas, filmes, fotografias, versos. Alimento diariamente uma saudade do que ainda não vivemos. Projeto um futuro com cheiro de alfazema.  Ele me acalma. Se hoje sou publicamente sentimental a culpa é um pouco dele. Se ele me grita, eu vou. Se ele me deixa de lado, eu simplesmente fico.  Ele sabe me ter e me fazer mudar de ideia.  Somos meio Gil e Caetano. Bethânia e Chico Buarque. Gal e Caetano. Julianne e George. Se um dia o que nos une se perder no tempo, eu faço de conta que não o conheço e recomeço, só pra me apaixonar por ele de novo.
Eu não sei se há possibilidade de um dia seguir sem ele.  A única certeza que tenho é que minha vida se divide em antes e depois de Vitor Andrade.

“Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo”



Sempre. Mesmo que eu me atrase e chegue depois. 

Parabéns, meu amor.