quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Diz que é loucura, diz que é besteira.





Gosto de pensar que nada será como antes. O que eu fiz ontem, o que eu escolhi há duas horas atrás e até mesmo o pensamento dos últimos segundos. Nada será como antes. Repito incessantemente para dissolver as coisas ruins e para acreditar no melhor. Nada será como antes. Dos amores que foram, dos que nunca chegaram, posto que poucas lembranças deixaram e dos que no topo de qualquer paisagem distante parecem possíveis. Nada será como antes.
Das paixões do verão, da calma do outono, dos segredos do inverno e da alegria da primavera. Nada será como antes. Os sonhos de Março, os quereres de Maio, o não saber de Setembro e a doçura de Outubro. Nada será como antes. Dos apegos intensos, dos ciúmes silenciosos, das angústias presas, do desejos lascivos, dos choros escondidos. Nada será como antes.
Do que foi e deixou saudade, do presente visto desatentamente, do que possivelmente virá. Nada será como antes. E assim, sigo colecionando dúvidas, diluindo certezas, guardando pra lembrar e lembrando pra esquecer. Um movimento frenético na estrutura da alma. Nada será como antes. Ainda bem.