sábado, 7 de julho de 2012

Sobre o que eu acredito.

Toda vez que eu abraço meu travesseiro pra dormir fico pensando no que eu acredito. No que eu penso que acredito e no que eu deveria acreditar. Um universo estratosférico de coisas. 
Acredito no abismo e na multidão. No sim e principalmente no não. Acredito no que me dizem, mas antes no que eu interpreto. No amarelo do sol e no cinza escuro que habita o meio da lua.
Quando conheço alguém gosto de olhar fixo para os olhos no intuito de acreditar. Eu acredito em olhos. Em bocas, mãos e dentes. Acredito em quem é feliz, mas não em quem se pretende assim todos os dias. Acredito na tristeza, na zica, no mau humor. Em quem sorri, mas principalmente em quem chora. Acredito em horóscopo, tarô, corujas e tambor. Em sonhos, na força do acaso, na fé de quem ora. Acredito em ervas,  sal grosso, no meu pé de pimenta e em arruda atrás da orelha. Acredito no amor e no semáforo. Na minha mãe, no riso solto do meu sobrinho, em mim, em você e em quem eu ainda vou conhecer.  Eu vivo pra acreditar.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quando acabar a maluca sou eu.

Tenho pensando muito ultimamente. Ainda que a vida esteja corrida, que minhas atribuições estejam crescendo e que o afã por conseguir alcançar meus objetivos seja intenso tenho dado saltos de consciência em meio ao caos. Enquanto leio sobre memória coletiva ou sobre o imaginário da sociedade distancio algumas palavras do texto e mergulho em seus sentidos. Foi assim com a palavra narrativa.
Fiquei pensando no tanto de coisas que já ouvi e no meu papel social enquanto ouvinte. Sim, trata-se de um papel social. Não existe narração sem ouvinte ainda que esse último seja onipresente. Eu não sou onipresente. Abro ouvidos, mente, coração pra ouvir o que se diz. Mergulho nas falas, assim como nas palavras dos textos pra tentar entender os mais variados sentidos, as intencionalidades e os diversos quereres do narrador. 
Quem fala quer ser ouvido. Na grande maioria dos casos, quem fala quer saber o que o outro pensa, como reage ao que foi dito. Eu sempre reajo. Sou movida a me posicionar frente ao que me foi dito. Invariavelmente, nesse processo ouço coisas ruins ou, na maioria das vezes, coisas que nada  me acrescentam. Mas ouço. E assim, vou vivendo histórias dos mais variados tipos, situações tão alheias, sentimentos próprios e complexos.
Um dos textos sobre memória tratava do elo entre quem pesquisa narrativas e um psicólogo. Vai ver eu tenho mesmo é que fazer psicologia. Vai ver ganhando pra ouvir eu tire dos ouvidos, do coração e da mente o peso do que ouço. Vou pensar.

Mel

domingo, 1 de julho de 2012

Para Loh.



Hoje pela manhã, assim que despertei lembrei de duas coisas que poderiam se transformar em uma só: aniversário da Loh e também da Marisa Monte. Fiquei impressionada com minha falta de atenção em não ter percebido essa coincidência antes afinal, lá se vão 4 ou 5 anos de amizade. Sinto como se fossem 40. Projeto no futuro uma velhice onde eu possa dizer: Loh, você não sabe o que aconteceu comigo.  Risos embriagados, brindes de sucesso, suporte para os dias difíceis, olhos brilhando ao fitar o encanto. A gente se entende pelo olhar.
Enquanto Marisa cantava no meu fone de ouvido, me peguei pensando no quanto eu me sinto segura ao lembrar que a Loh existe e que, por minha sorte, está presente na minha vida.  Quis poder dar um abraço apertado e beber junto com ela. Quis contar algum caso e ouvir suas impressões astutas. Quis cantar alto alguma música que gostamos e dividir alguma emoção.  Na impossibilidade de concretizar algum desses desejos roguei aos deuses pela felicidade e existência dela. Se ela existir na minha vida por mais trocentos anos já vai me bastar. Se ela estiver feliz, eu também estarei. E se, ainda que caquéticas nos duas estivermos juntas caminhando pelas estradas da vida ao som da Marisa tudo estará bem.


Mel