segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quando acabar a maluca sou eu.

Tenho pensando muito ultimamente. Ainda que a vida esteja corrida, que minhas atribuições estejam crescendo e que o afã por conseguir alcançar meus objetivos seja intenso tenho dado saltos de consciência em meio ao caos. Enquanto leio sobre memória coletiva ou sobre o imaginário da sociedade distancio algumas palavras do texto e mergulho em seus sentidos. Foi assim com a palavra narrativa.
Fiquei pensando no tanto de coisas que já ouvi e no meu papel social enquanto ouvinte. Sim, trata-se de um papel social. Não existe narração sem ouvinte ainda que esse último seja onipresente. Eu não sou onipresente. Abro ouvidos, mente, coração pra ouvir o que se diz. Mergulho nas falas, assim como nas palavras dos textos pra tentar entender os mais variados sentidos, as intencionalidades e os diversos quereres do narrador. 
Quem fala quer ser ouvido. Na grande maioria dos casos, quem fala quer saber o que o outro pensa, como reage ao que foi dito. Eu sempre reajo. Sou movida a me posicionar frente ao que me foi dito. Invariavelmente, nesse processo ouço coisas ruins ou, na maioria das vezes, coisas que nada  me acrescentam. Mas ouço. E assim, vou vivendo histórias dos mais variados tipos, situações tão alheias, sentimentos próprios e complexos.
Um dos textos sobre memória tratava do elo entre quem pesquisa narrativas e um psicólogo. Vai ver eu tenho mesmo é que fazer psicologia. Vai ver ganhando pra ouvir eu tire dos ouvidos, do coração e da mente o peso do que ouço. Vou pensar.

Mel

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