domingo, 30 de dezembro de 2012

Tchau, 2012.

No dia 31 de Dezembro de 2011 eu era uma menina cansada, sem muitas perspectivas para o ano que estava por começar, sem planos de viagem, sem animação, apenas um batom vermelho na boca. Vi 2012 chegar ao lado do meu melhor amigo, do seu então namorado, sua mãe e um outro amigo. Assim, sem grandes festejos, som alto, bebida, abraços calorosos, danças, nada.  Uma apatia que eu evitava analisar.
Eis que o ano começou como tinha que começar. Com algumas certezas e muitas, muitas dúvidas. 
Em 2012 eu trabalhei muito. 7 meses de entrega, envolvimento, cansaço. Senti um tédio dolorido. Uma falta estranha. Chorei horrores. De dor, de amor, de rir, de desespero, de querer e não ter ou de simplesmente não saber o que queria. Em 2012 eu vi o show da minha banda preferida com os olhos marejados. Aprendi a economizar, a entender que necessidades maiores deveram gritar mais alto, a ficar quietinha fazendo qualquer coisa que não fosse reclamar da vida. Em 2012 eu consegui reclamar menos e pensar mais.
Dormi por cima dos livros. Estudei com uma gana intensa, uma necessidade de engolir o que estava no papel e alcançar o meu objetivo. Quis desistir, buscar qualquer outra forma de viver que não fosse lutando tanto, indo de encontro a maré. Abri mão de uma pá de coisas.  Passei no mestrado e vi minha vida mudar completamente. Uma reviravolta que até hoje não consegui assimilar.  Larguei emprego, especialização, energias ruins, despertador programado para 05:00 da manhã, raiva, stress, dúvidas. Ganhei uma segunda mãe, responsabilidades, admiração, confiança, livros, compromissos. Me encontrei com minhas crenças, com meu passado, com o que me move.
Em 2012, como diria meu melhor amigo, eu "me tornei mulher". Me encarei no espelho, me encontrei, quis me namorar. Brinquei de ser dona da banca, dona do jogo e fui. Ou melhor, estou aprendendo a ser. Em 2012 eu me senti mãe e vi que mesmo não gerando uma semente no meu ventre eu sempre serei mãe de alguém. Amei um bando de gente. Família, amigos, conhecidos, livros, personagens, sentimentos, detalhes. Amei com força, com vontade de amar. Ás vezes baixinho, noutras gritando. Em 2012 eu aprendi a amar. Flertei, dei de ombros, brinquei de querer, joguei ao vento um milhão de desejos.
Quando eu achava que nada mais aconteceria nesse ano, me surpreendi comigo mesma. Dei um salto comportamental. Nasci para dentro e para fora. Atendi meus desejos, paguei para ver, discordei do semáforo e gostei. Estou deixando para atrás a menina que não sabia se podia ou deveria. Agora dona da banca, dona do jogo. Eu jamais serei a mesma. 
E então, faltando poucas horas para esse ciclo se findar, enquanto escrevo esse texto constato que 2012 foi um dos anos mais lindos da minha vida. Improvável, inexplicável, por vezes sem sentido, inconstante, mas intenso. De tudo que aconteceu, de tudo que poderia ter acontecido a certeza que tenho é que em 2012 eu cresci o suficiente para receber 2013 de coração aberto, pleno, sereno, com um sorriso largo e feliz de quem acredita que o melhor está por vir.  E virá. Para mim, para todos aqueles que passaram pela minha vida, para os que estão e para os que vão ficar. Que não nos falte amor. 

Tchau, 2012. Todo meu amor por você. 
Olá, 2013. Já passei meu batom vermelho e já tô pronta para te amar.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Um filme no close pro fim.



4 horas da manhã e meu sono se despediu de mim sem nem me dar um beijo. Despertei, mas não quis levantar da cama. Preferi ficar olhando o céu pela minha janela esperando que o primeiro raio de sol me desse o beijo que não ganhei. É bom acordar quando todo mundo dorme. O silêncio da manhã parece organizar o que a noite bagunçou.

Ainda na cama pensei nas últimas coisas que aconteceram a minha volta. Nos fins, começos e recomeços. Nos sentimentos embolados que a gente insiste em querer explicar e que apenas são. No que a gente acredita, tem certeza e tende a desconfiar. Lembrei da emoção estampada no rosto de uma amiga que concluiu a graduação ontem.  O fim e o começo assim, juntinhos. Pensei no meu melhor amigo e lamentei não ter dado um abraço forte nele ontem. Talvez chorássemos. Talvez não. De tudo que vivemos até hoje, mesmo nos momentos mais complicados só nos restou rir. E assim fizemos ontem, mesmo com os olhos evidenciando que a alegria não era o nosso tema do dia. Porque a gente se reconhece pelo olhar. Desconfio que essa seja uma das formas mais bonitas e complexas de amar. 
Deu vontade de chorar e lavar o chão da manhã de quarta-feira para dar fim e recomeçar. De escolher uma música para ser tema desses pensamentos matinais. De não pensar tanto nos detalhes das coisas. De tomar banho de cachoeira e deitar numa grama. Deu vontade de abraçar alguém e sentir um coração beijando o outro. De entrar num sono tranquilo e profundo. De comer algodão-doce. De andar de bicicleta usando vestido para sentir o vento brincar com o tecido. De pintar quadros com corações vermelho-sangue e enfeitar a casa. Não deu. Acabei vindo aqui escrever os sobressaltos da  minha mente, o que me despertou sem beijo. Que seja doce. Para mim, para ele, para ela, para vocês. Que seja doce. Rindo, chorando,comemorando ou lamentando. Que seja doce. Começando, terminando, recomeçando. Que seja doce.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Mãe pode ter e ser bebê.



Quando a notícia da gravidez da minha irmã adentrou a minha casa eu fiquei algum tempo sem conseguir concatenar o pensamento. Parecia meio irreal conceber que em breve teríamos um novo membro na família. Que minha irmã seria mãe, minha mãe seria avó e eu seria tia. Pensando assim, seguindo essa ordem hierárquica, a minha preocupação deveria ser a menor, mas não foi. Eu sabia que a minha irmã não tinha a maturidade e a paciência necessária para gerar e educar uma criança - coisa que ainda acho - e que eu não seria uma tia qualquer. Contudo, eu sabia que ele teria uma avó capaz de educá-lo com maestria e uma tia amorosa.
Ao longo da gestação eu já ensaiava timidamente a minha postura, o que eu ensinaria e como eu queria que ele enxergasse o mundo. Mas foi quando eu o vi na incubadora tão pequenininho, indefeso e, mesmo assim, sapeca e inquieto, que eu me senti tia. Eu entendi que todas as lacunas que poderiam existir na criação de Pietro seriam preenchidas pela minha mãe e por mim. E, desde então, é assim.
A ele eu dou toda minha atenção. Faço questão de colocá-lo para dormir, de dar comida na boca - quando ele pede, posto que já é um "homenzinho" - e de pentear os adorados cachinhos dourados. Parece bobagem, mas ele só confia em mim para essa função. Sou eu que diariamente indago o que aconteceu na escola. Se lanchou, quem ele abraçou, se ele se chateou com algum coleguinha. Aliás, ensino a ele textinhos básicos para possíveis situações. Se a pró gritar ou bater nele o texto deve ser: " Olha, deixa eu te contar uma coisa. A minha tia Hellen também é pró e se ela souber disso o bicho vai pegar". E ele diz assim, desse mesmo jeitinho. 
Para ele eu ensinei que, quando alguém faz uma coisa "feia" ela tem que ir sentar num cantinho para pensar na bobagem que fez. E que, caso ele não queira ir para o cantinho, deve pedir desculpa, dar um beijo e um abraço. Ensinei que vale a pena elogiar as pessoas. Um " minha vovó linda" ou " mamãe-flor" faz bem. Ensinei que, quando sairmos juntos ele deve segurar firme na minha mão ou na minha saia. Porque onde ele for, eu também vou. E vice-versa. Com ele eu desenho, vejo tv e saio para comprar jujuba. Porque desde já ele sabe que eu sou a tia que sempre tem um doce para dar.
Com ele eu converso sério, tenho crises de riso, brinco de voar, ouço música e danço na frente do espelho. Por causa de Pietro eu reconheci a minha estreita relação com as crianças e o meu papel na vida de cada uma que cruzar o meu caminho. Por ele eu quero ser uma educadora bacana. Uma pessoa melhor.  Porque quando eu chego em casa e ele pula no meu colo, me beija e diz que estava com saudade eu vejo o amor em sua forma mais bonita e verdadeira. E tudo fica leve e colorido. Tudo vale a pena.

* Legenda para a imagem: A foto mais bonita que eu fiz. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O boy perfeito.

         




Ontem eu participei de um clube da Luluzinha virtual. Quatro amigas de personalidades distintas e uma ou duas coisas em comum  conversando bobagens, desabafando sobre a vida, o azul do céu, o cm do salto, a paleta de cores do verão e claro, sobre homens e relacionamentos. Acho divertido debater sobre o sexo oposto porque trata-se de um momento de exorcismo. Apontamos as trocentas características detestáveis, o comum nosso de cada dia e parece que tudo fica mais leve. Ou não. Eu não gosto de reclamar dos homens. Talvez porque a minha relação com o sexo masculino e a forma com eu os enxergo seja diferente das relações das minhas amigas, mas isso eu conto depois.
Depois dos desabafos dramáticos, das promessas e arquitetações de vingança veio o momento de projeção do vulgo homem perfeito. Se um papo de mulher não tiver essa parte, simplesmente não é um papo de mulher. Projetar é comigo mesmo, mas eu estava cansada e dei a vez para minhas amigas. Uma cachoeira  efusiva de adjetivos. O homem perfeito precisa ter o corpo do Cauã Reymond, o charme do Gianechinni e o cavalheirismo do Rodrigo Lombardi. Não que eu ache esses caras sem graça, muito pelo contrário. Porém, ao montar essa colagem humana na minha mente achei tudo meio ridículo, mas preferi esperar pela minha vez.
O homem perfeito malha, é alto, tem braços fortes, usa sunga na praia, é perfumado, bronzeado, tem cara de bebê, sabe dançar, tem pegada, paga a conta, é eclético, sabe agradar a sogra, briga por você, te apresenta pra família dele, pensa em ter filhos, fala em casar, é um pouco romântico, usa camisa gola pólo, conhece as melhores baladas, toma whisky, briga se você usa roupa curta, tem ciúmes dos seus amigos, te chama de gatinha, dá presentes caros e tem um carro. É isso que elas procuram. É isso que elas querem. É isso que toda mulher deve querer. Menos eu, que me senti meio E.T.
O meu homem perfeito não malha. Ele pode até frequentar a academia, mas não tem braços musculosos. Acho fake. Aceito tímidas barrigas de cerveja. Eu disse tímidas. O meu homem perfeito não usa sunga porque eu também acho, sei lá, esquisito. Prefiro discretas bermudas tactel. O boy perfeito é perfumado,mas eu tenho que ser mais que ele. Ele não é bronzeado feito uma panicat. Tem a cor de quem mora na Bahia, de quem espera ônibus. Não tem cara de bebê, mas de homem. Usa barba e sabe brincar com ela no meu corpo. Tem um olhar doce e belas mãos. Pode até saber dançar, mas de um jeitinho meio desengonçado e apaixonante. Eu concordo sobre ter pegada, mas que ele mostre isso só para mim . Quem muito diz, nada tem. O meu boy paga a conta se ele quiser e puder. Do contrário, acho saudável dividir ou, caso ele seja cuca fresca, me deixar pagar. Acho bem chata essa história de provedor.
O homem perfeito não é eclético. Ele tem identidade e isso resvala no que ele ouve. Esse papo de eclético não me convence. O boy perfeito tem bom gosto. Apenas isso. Ele deve saber agradar a sogra, sobretudo entendendo que eu sou uma extensão dela. Logo, se ele me agradar ela também estará feliz. Me preocupo mais que o meu boy seja um bom filho para mãe dele. Ele pode brigar por mim que eu acharei lindo, mas depende do contexto. Se ele demonstrar que se preocupa comigo em pequenas coisas eu ficarei bem mais lisonjeada do que se ele procurar briga otária no bar. O homem perfeito pode me apresentar para família dele, mas só se ele estiver a fim e, obviamente, depois de construirmos uma historinha de pelo menos uma ou duas páginas. Se ele disser que quer ter filhos eu acharei lindo, mas bacana mesmo será ele entender as minhas prioridades. Na verdade, o homem perfeito será aquele que me convencer a ser o pai do filho que eu ainda não projeto.  Ele pode falar em casar, mas se não falar eu não me importarei. Sou casada com minha carreira, meus ideais, minhas crenças. Sendo assim, ele teria que estar muito afim para me convencer. Ou não.
O homem perfeito é romântico, sim. Mas não daqueles melosos, nem forçados. Ele me percebe, me chama de flor e me dá dengo. Ele usa camisa gola pólo se fizer parte do estilo dele. Se não fizer, tanto faz. Ele não conhece as melhores baladas. Primeiro porque não é promoter. Segundo porque se ele me chamar pra ver algum filme do Almodóvar em casa eu vou gostar. O meu homem perfeito não toma  whisky. Bebe cerveja e gelada. E, principalmente, pede meu suco de limão. Ele não briga se uso roupas curtas. No máximo sinaliza ciúme, mas sabe a mulher que tem. A propósito, sabe dividir o meu amor e não se importa que eu ame meus amigos. Sobretudo os meus amigos gays. O meu boy é generoso. Se me chamar de gatinha eu vou achar legal, mas se me chamar de pequena ele terá o meu coração. Ele não me dá presentes caros, mas sabe dos meus gostos. Logo, até um anel daqueles de plástico que vem no chiclete já me roubaria um sorriso apaixonado. Um carro facilita muita coisa, mas se ele não tiver tá tudo certo. Eu também não tenho.
Eis a contramão do desejo ideal. Obviamente, minhas amigas torceram o bico para o meu boy. Ojerizaram a figura tão contrária aos seus desejos. Lamentaram o meu gosto estranho e o meu futuro.  Dei de ombros. Ao menos eu levo a certeza de que o meu homem ideal é como eu:  de verdade, único e deliciosamente imperfeito.


domingo, 9 de dezembro de 2012

Sobre o que é o amor - Parte 1.


Amor é realizar o sonho de comprar girassóis e andar orgulhosa pela rua com um buquê nas mãos.
Amor é ensinar o sobrinho a cantar uma música dos Novos Baianos.
Amor é querer colocar esse mesmo sobrinho para dormir no calor do seu colo todas as noites.
Amor é se apaixonar por uma música a ponto de querer morar dentro dela. Acordar e dormir ouvindo.
Amor é querer que essa mesma música seja tema de um dos seus romances futuros.
Amor é arrumar seus livros na estante.
Amor é fazer lista dos amigos para os quais você escreverá cartas antes que o ano termine.
Amor é chupar bala de mel na expectativa de adoçar a alma.
Amor é sair pra almoçar com a família no domingo, compreender e respeitar as diferenças latentes e ainda assim se divertir.
Amor é pedir suco de limão.
Amor é tomar uma cerveja gelada na companhia da amiga divertida.
Amor é chamar essa mesma amiga para  tomar sorvete e rir das amenidades da vida.
Amor é se preocupar com alguém que está brincando de passear pela sua mente.
Amor é trocar a temperatura do chuveiro para frio e sentir o corpo agradecer.
Amor é vestir sua roupa mais confortável e se perfumar com alfazema.
Amor é ter um amigo que te liga do show da Baby do Brasil para você ouvir uma das suas músicas preferidas.
Amor é chorar e agradecer por ter um amigo tão lindo.
Amor é se pegar apaixonada pelos girassóis que enfeitam sua escrivania. 
Amor é querer falar sobre o amor e perceber que essa é uma tarefa sem fim. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Essa noite eu fiz um movimento louco dentro do meu sonho.


Eu li em alguma dessas revistas de consultório médico que fazia bem meditar antes de dormir. Achei clichê, afinal de contas todo mundo sabe ou deveria saber que meditar é necessário, mas o "conselho" ficou colado no mural da minha memória. Levando em conta que durante o dia eu falo, penso, olho, repenso, leio, escrevo, apago, percebo muita coisa,  aquela dica marota me pareceu interessante.
A receita consistia em desligar a mente de tudo e se concentrar no barulho do mundo. Simples.  Qual o som que te agrada? Qual batida (não) te move? Depois de muitas tentativas consegui desligar a minha rádio mental e ouvir apenas os ruídos que o mundo tem. Surreal. De lá pra cá, toda noite eu afasto meus pensamentos, desligo a rádio e medito. Que se dane o despertador inconveniente. Que me perdoem os que eu não dei atenção. Os emails, o recado bonitinho que eu deixei passar, as obrigações, os flertes. Eu medito.
E assim aconteceu ontem, quando eu desliguei toda parafernália eletrônica-virtual que me circunda e fui abraçar meu travesseiro para dormir. Contudo, não teve meditação. Ainda sorrindo por lembrar de alguma coisa doce soltei os cabelos e dormi. Não deu tempo de limpar a mente. A minha rádio mental permaneceu ligada e eu, serena. O filme que só é exibido no mundo dos sonhos começou a rodar com a minha trilha sonora de fundo. Uma delícia. Tudo numa cadência bonita, com cores quentes e sutileza. Dava pra sentir o calor das emoções e a maciez dos sentimentos. 
Não lembro ao certo quando tudo se findou, se os créditos subiram na tela e as luzes se acenderam. O que me intriga é descobrir se antes de dormir eu fechei os olhos, ou não.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu me apaixonei.


E não foi pela pessoa errada, tampouco haverá sofrimento para que alguém possa saber. Eu apenas me apaixonei perdidamente. Perdi alguns princípios, deixei para trás algumas certezas e mergulhei num oceano translúcido e doce. Papo de gente apaixonada. Essa sou eu.
Tudo começou com um flerte, um jogo de atração quente, piscadelas no fim de tarde, sorrisos de manhã cedinho. Afinidades imensas. Cheiro de café e mel. Eu sempre digo que as pessoas não devem me dar doce. Me apaixono facilmente. Ganhei doce, dúvidas, incertezas, abraços quentes, frases desnorteantes, companhia pra toda hora. Não tive como resistir. Trato com carinho, deixo meu perfume, abraço no ônibus.
A coisa está tão séria que, escrever esse testemunho é doloroso. Tenho que deixar a minha paixão de lado num canto do quarto . Fitar a sua presença tão próxima e ao mesmo tempo tão distante. Driblar seu ciúme e  possessão. Não está sendo fácil, mas eu estou adorando.
E, como normalidade não me apetece, calhou dessa paixão ter vários nomes, pessoas, origens, ideologias, conceitos. Meu coração se tornou um galinheiro feliz. Cabem todos, quero todos. E assim, seguirei eternamente apaixonada. Com sorrisos bobos, sumiços repentinos. Alimentando o ciúme mais compreensível do mundo. Só quem se apaixona por livros vai entender o que eu estou falando.